Fonte da imagem: jataovaqueiro
ESPICHANDO O COURO
O sertanejo que vive e mora no semiárido nordestino, vive e
se mantem do seu trabalho e de tudo aquilo que ele produz nesse pedaço de chão
do nordeste brasileiro. Uma das atividades que eles gostam mais de fazer é o
manejo com o seu pequeno ou grande rebanho bovino.
O sertanejo também está
investido muito no seu rebanho caprino. Pois bem, como todos sabem, o nordeste
é muito forte na criação de gado de corte e de leite. Porém nas secas que se sucedem praticamente
uma atrás da outra, essa atividade vem caindo drasticamente, e com isso
praticamente o sertanejo deixa de produzir o couro que ele tira dos seus
animais, tais como: bovinos, caprinos e ovinos.
No sertão, de tudo que se
planta ou se cria, dá um pouco, é só chover. Mas as estiagens vem castigando não só
uma cadeia alimentar, mas também tudo que depende dela, como as pessoas que
vivem ou não nesse local. Primeiro porque se não produzir não come e nem vende,
e as pessoas da cidade, queira ou não, dependem sim, de todos que produzem.
Bem, então a indústria do couro funciona assim: O agricultor tira o couro das
suas reses, coloca para secá-lo, ou curti-lo ao sol e ao vento, com a forma
mais artesanal possível, que é espichando em varas talvez de catingueira ou
outra madeira qualquer típica do bioma. Depois de seco, o couro fica bem duro
mesmo, ele o enrola e leva para vende-lo na cidade mais próxima.
Tem alguns
comerciantes da cidade, que vivem de negociar só couro e mel, as vezes
castanhas etc. Então depois o couro é vendido, e vai ser beneficiado, e por aí
vai. Na verdade, o couro já foi uma das mais promissoras fontes de trabalho no
interior do sertão, hoje nem tanto.
Essa é uma das matérias primas mais importante
para o calçado brasileiro e outros utensílios da indústria nacional do couro,
mas como eu já expliquei, o nordeste brasileiro sofre bastante com as estiagens
e portanto sem água fica difícil tem um manejo dentro da pecuária, para que se
possa ter um couro de boa qualidade para se trabalhar.
Nessa linha de raciocínio, vemos que a
indústria do couro no sertão, já ficou comprometida já faz muito tempo. Hoje a
indústria do couro no sertão, é bem reduzida, mas sabemos que o couro faz parte
e sempre fará parte da cultura do nordeste brasileiro.
A onde estiver um
vaqueiro, um criador de gado ou de caprinos ou mesmo ovinos, lá estará um homem
vestido com couro. As roupas de couro como gibão, perneira, botas, chapéu,
calça e outros acessórios, estarão sempre em evidência no sertão, porque lá
sempre estará um artesão fazendo esses acessórios para o vaqueiro nordestino.